Hora Certa e Humana

Wilson Relojoeiro informa A hora certa e humana>

sábado, 15 de outubro de 2011

Os Sinos e o Silêncio


Os Sinos e o Silêncio, por Fernando Correia de Oliveira
Se há denominador comum ao que se convencionou chamar de Ocidente, ele é o sino.
Objeto desde sempre ligado ao sagrado, o sino assume-se como 'voz' do substrato Cristão que, ainda durante o Império Romano, se vai estender até limites que hoje continuam a funcionar como fronteiras desse Ocidente: desde logo, a África, a sul; a Turquia e as planícies para lá dos Urais, a leste. Só na Ásia voltamos a encontrar os sinos como reguladores coletivos de ritmos e vivências.
O que é o sino? Acima de tudo, um marcador de tempo. De tempos, religiosos, primeiro. Usado entre as comunidades fechadas em mosteiros e conventos, foi desde cedo acoplado a torres de igreja. O seu som servia para regular, através de toques associados às Horas Canônicas, o dia normal de uma comunidade. Não apenas a comunidade de frades ou monges, mas também a comunidade de leigos que vivesse nas proximidades. Hora de levantar e de deitar, de rezar e comer. Em ocasiões especiais, o sino marcava com alarme as horas de aflição (incêndios, inundações, invasões) ou de pesar (enterros). Mas também de alegria (assinalando o final da Quaresma, o fim da Paixão).
Inicialmente, os sinos viveram sozinhos, pendurados em sítios altos, acionados de forma mais ou menos regular, e de forma manual, por religiosos que se orientavam por relógios de sol.
Depois, e não se sabe bem quando nem onde, apenas que terá sido no seio dessas comunidades religiosas em mosteiros e conventos, aos sinos foram sendo acoplados mecanismos que mediam o tempo – os relógios.

*Jornalista e investigador na área do Tempo, da Relojoaria e da evolução das Mentalidades a eles ligada



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Total de visualizações de página

Seguidores

Entre em contato


Nome:

E-Mail:

Assunto:

Mensagem:


Arquivo do blog